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Pesquisas apontam populista Hernández à frente de esquerdista Petro em eleição na Colômbia

Azarão consegue pequena vantagem contra candidato favorito a duas semanas do segundo turno

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Buenos Aires

A duas semanas do segundo turno da eleição presidencial na Colômbia, pesquisas eleitorais apontam vantagem do populista Rodolfo Hernández sobre o esquerdista Gustavo Petro, que saiu vencedor na primeira rodada.

O agregador de pesquisas do site La Silla Vacía, que reúne dados dos levantamentos de dez institutos colombianos, aponta uma vitória folgada de Hernández, com vantagem de 5 pontos percentuais —ele com 48% das intenções de voto, e Petro, com 43%.

Os indecisos, porém, somam 6% dos entrevistados, e 3% afirmam que votarão em branco, de modo que a balança eleitoral ainda pode pender para qualquer um dos dois lados.

O retrato 34x4 de dois homens é visto lado a lado; à esquerda, um homem mais velho de terno e gravata e, à direita, o outro usa óculos, usa camisa e paletó
Os candidato à Presidência da Colômbia que vão disputar o segundo turno, Rodolfo Hernández, à esq., e Gustavo Petro - AFP

Já uma sondagem dos institutos Guarumo e EcoAnalítica, publicada neste domingo (5) pelo jornal El Tiempo, indica o empate técnico entre os candidatos, com uma diferença de pouco mais de três pontos percentuais. O ex-prefeito de Bucaramanga tem 46,4% das intenções de voto, enquanto o candidato da aliança progressista Pacto Histórico tem 43,3%. A margem de erro é de 2,5 pontos.

Apesar do indicativo de vitória, Hernández teve um percalço depois de passar uma semana negociando o apoio do terceiro colocado na eleição, o centrista Sergio Fajardo, que teve 4% dos votos. Neste domingo, o ex-prefeito de Medellín deu por encerradas as conversas com o candidato populista porque considerou, segundo comunicado divulgado, que Hernández "nem sequer avaliou" suas propostas e "não mostrou interesse em realizar um acordo programático".

Com isso, a Coalizão Centro Esperança, que havia sido lançada no começo da campanha, ficou rachada. Alguns integrantes aderiram à candidatura de Petro, como Alejandro Gaviria, ex-reitor da Universidade dos Andes; outros, como Ingrid Betancourt, passaram a apoiar Hernández.

Assim, embora tenha confirmado seu favoritismo no primeiro turno, as pesquisas de intenção de voto se somam às articulações políticas das últimas semanas para mostrar que o ex-guerrilheiro Petro não está com a vitória garantida no próximo dia 19, quando os colombianos voltarão às urnas.

Petro é um ex-combatente do M-19, uma guerrilha urbana com atuação de 1970 a 1990, quando virou um popular partido (Aliança Democrática) que elegeu congressistas e ajudou a redigir a Constituição de 1991.

Boa parte da campanha de Petro foi construída em cima de alegações de que sua candidatura funcionava como um freio do tradicional uribismo, corrente liderada pelo caudilho de direita Álvaro Uribe. Agora, porém, seu opositor se vende como um outsider político —ainda que já tenha trajetória no setor público—, protagonizando um forte discurso anticorrupção.

Rico empresário do setor da construção, Hernández foi prefeito de Bucaramanga e tem origem pobre. Ele já contou ser admirador de Adolf Hitler, para depois pedir desculpas e dizer que tinha, na verdade, confundido o ditador nazista com o cientista Albert Einstein.

Populista, ele mistura elementos da direita e da esquerda. Apesar de ser contra o aborto e o casamento igualitário, é a favor da legalização das drogas; vem do setor privado e defende o livre comércio, mas ao mesmo tempo indica ser protecionista no que diz respeito ao setor do agro; também defende aumentar o gasto social com o dinheiro dos impostos, outra plataforma de esquerda.

Erramos: o texto foi alterado

A pesquisa que indica empate técnico entre os candidatos à Presidência da Colômbia foi publicada pelos institutos ​​Guarumo e EcoAnalítica, diferentemente do que afirmava versão anterior da reportagem. A margem de erro do levantamento, que também foi corrigida, é de 2,5%.

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