inauguração GO H2

UFG inaugura Laboratório GO H2 

Em 08/11/22 09:15.

Projeto em parceria com agência alemã visa a produção de hidrogênio a partir de resíduos

Texto: Kharen Stecca

Fotos: Júlia Barros

A Universidade Federal de Goiás (UFG) inaugurou na segunda-feira (7/11) o Laboratório de Pesquisa em Processos Renováveis e Catálise, nomeado também Laboratório GO H2. O espaço é fruto de uma parceria entre a UFG e a Cooperação Brasil-Alemanha para o Desenvolvimento Sustentável, por meio da Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit (GIZ) GmbH. A Cooperação Brasil-Alemanha se dá em diversas áreas do conhecimento, entre elas a de combustíveis renováveis e mercado de hidrogênio. Durante a cerimônia estiveram presentes gestores da UFG, representantes da Cooperação Brasil-Alemanha, representantes do governo federal, municipal e estadual.

inauguração GO H2
Diversas autoridades participaram da cerimônia (Fotos: Júlia Barros)

 

A pesquisa coordenada pela UFG que deu origem ao convênio intitula-se “Produção de óleo cru sintético por processo Fischer - Tropsch integrado a sistema de produção de hidrogênio a partir de biomassas e/ou resíduos agroindustriais”. A técnica, segundo o coordenador da pesquisa, Christian Gonçalves Alonso, é ainda uma tecnologia embrionária em fase de bancada - ou seja, pesquisas de laboratório - mas o objetivo é  expandi-la para uma escala maior em um futuro próximo. A técnica consiste em submeter líquidos ao que se chama água supercrítica (que é a submissão do líquido a condições de pressão e temperatura para gaseificar o hidrogênio). Essa condição, além de permitir tirar o hidrogênio que pode ser utilizado como combustível, permite a quebra das moléculas orgânicas dos resíduos, fazendo com que a água torne-se reutilizável e em algumas situações até potável novamente.

O combustível pode ser utilizado como querosene de aviação, entre outros. Com isso, é possível pensar em matrizes alternativas de combustíveis sem impactos ambientais e sem necessidade de explorar novos recursos. Christian explica que vários materiais podem ser utilizados para a produção do combustível, entre eles, resíduos sólidos, agroindustriais e esgoto. O professor também destaca algumas metas do projeto: a curto prazo o projeto irá promover recursos para a pesquisa, a médio prazo formação de recursos humanos na área e a longo prazo a popularização de tecnologias de desenvolvimento sustentável. O projeto tem financiamento no valor de 762 mil euros, o equivalente a quase R$ 4 milhões e tem o prazo de execução até dezembro de 2023. Os recursos estão sendo geridos pela Fundação Rádio e Televisão Educativa e Cultural (RTVE).

 

inauguração GO H2
Pesquisadores demonstraram pesquisa durante visitação ao novo laboratório

 

O representante do Ministro da Ciência, Tecnologia e Inovações, o coordenador-geral de Tecnologias Setoriais da Secretaria de Empreendedorismo e Inovação (Sempi/MCTI), Rafael Silva Menezes, egresso da UFG, destacou o quanto as pesquisas sobre hidrogênio vêm ganhando força no Brasil e destacou a importância de buscar tecnologias sustentáveis.

A ministra conselheira do Ministério Federal da Cooperação Econômica e do Desenvolvimento da Alemanha, Petra Schmidt, ressaltou os quase 60 anos de cooperação entre Brasil e Alemanha em várias áreas como proteção das florestas, direitos humanos e energias renováveis. Destacou o potencial do Brasil para desenvolver essas pesquisas e o papel das universidades nesta produção. O representante do governador Ronaldo Caiado, o superintendente de Capacitação e Formação Tecnológica da Secretaria de Estado de Desenvolvimento e Inovação, José Theodoro Coelho, também destacou a importância de proteger o clima, a gestão do carbono e desejou sucesso ao projeto. 

 

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Ministra Petra Schimidt participou da cerimônia

 

A Reitora da UFG, Angelita Lima, destacou a importância do projeto para a UFG e para todo o estado de Goiás e o País e destacou a importância do laboratório para um futuro importante das pesquisas. Ela também reiterou a importância do Instituto de Química para elevar o nome da UFG em diversos processos importantes. "Parcerias interinstitucionais são de extrema importância e precisamos mantê-las com muita seriedade", afirmou.

Fonte: Secom UFG

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