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    Governo não descarta nova mudança no comando da Petrobras após queda de ministro

    Nome do secretário especial de Desburocratização, Gestão e Governo Digital do Ministério da Economia, Caio Paes de Andrade, voltou a ser cotado

    Thais Arbex

    Com a demissão de Bento Albuquerque do Ministério de Minas e Energia e a cobrança do presidente Jair Bolsonaro (PL) pela redução imediata no preço dos combustíveis, o governo não descarta uma nova mudança no comando da Petrobras. A troca é defendida por integrantes do alto escalão da Esplanada dos Ministérios sob o argumento de que a cúpula da estatal precisa estar mais alinhada ao novo ministro, Adolfo Sachsida.

    Nesse cenário, o nome do secretário especial de Desburocratização, Gestão e Governo Digital do Ministério da Economia, Caio Paes de Andrade, voltou a ser cotado.

    O atual presidente da estatal, José Mauro Coelho Ferreira, completa um mês no cargo neste sábado (14). O executivo chegou ao posto apadrinhado por Albuquerque e em meio a série de pressões de Bolsonaro sobre uma mudança na política de preços da Petrobras.

    Em sua primeira declaração após a nomeação como novo ministro de Minas e Energia, na quarta-feira (11), Sachsida defendeu a adoção de medidas estruturais para aliviar o peso dos combustíveis no bolso dos consumidores. Mas, de acordo com relatos feitos à CNN, o economista já teria esboçado um plano que mira a reeleição de Bolsonaro.

    A proposta, segundo a CNN apurou, está baseada na pressão sobre os governadores e sobre a Petrobras. O primeiro ato foi tomado nesta sexta-feira (13), quando a Advocacia-Geral da União (AGU) recorreu ao Supremo Tribunal Federal (STF) para tentar garantir a redução do ICMS sobre o óleo diesel prevista em lei aprovada pelo Congresso Nacional em março.

    Em relação à política de preços da Petrobras, Sachsida tem dito em conversas internas defender a paridade internacional do preço do petróleo, mas o novo ministro também diz acreditar que é possível fazer mudanças específicas para calcular o preço de como o produto chega às refinarias.

    A ideia é que a estatal passe a adotar o preço que usa para a exportação no mercado nacional. Hoje, o valor cobrado internamente inclui os custos de transporte, seguro e frete — é o CIF (termo em inglês para “cost, insurance and freight“).

    Sachsida vê espaço para a adoção do FOB (do inglês “free on board“), quando o comprador assume todos os riscos e custos com o transporte da mercadoria. Neste modelo, avalia o governo, seria possível reduzir de 10% a 15% o preço do petróleo.

    O novo comandante de Minas e Energia também é adepto da proposta de um espaçamento maior para os reajustes de preços da Petrobras. Sachsida, segundo disseram à CNN pessoas próximas a ele, entende que, hoje, não há qualquer regra que defina a periodicidade desses aumentos —o que seria, então, uma brecha para manter a paridade internacional, mas segurar o impacto no bolso do consumidor.