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    Débora Oliveira

    Débora Oliveira

    Certificada pelo Programa B3 de Formação Continuada em Mercado de Capitais para jornalistas com atuação em grandes emissoras, como SBT, Band e RedeTV, e analista de economia sem economês

    Corte de juros das dívidas é bom para estados e negativo para contas da União, dizem economistas

    Governo federal tenta fechar acordo nesta terça-feira (26)

    Corte de juros das dívidas é bom para estados e negativo para contas da União, dizem economistas
    Corte de juros das dívidas é bom para estados e negativo para contas da União, dizem economistas

    Cortar os juros das dívidas estaduais, como articula o governo federal, pode ser positivo para as Unidades Federativas, mas também tem potencial de gerar problemas no futuro.

    Por um lado, o acordo que o Executivo nacional tenta fechar nesta terça-feira (26) reduz a pressão nas contas dos estados, já que eles não emitem moeda, raramente captam dívida em outros lugares que não seja com a União e precisam amortizar o débito com o credor.

    Por outro, o financiamento pode gerar custos extras para os cofres federais.

    O economista Caio Augusto, do Terraço Econômico, ainda destaca que caso a redução dos juros não seja feita de forma sustentável, uma hora vai impactar no endividamento da própria União via o Tesouro Nacional.

    “Essa equipe precisa deixar claro como essa redução de juros acontece, não porque gera impacto fiscal, mas porque bate nas despesas financeiras de longo prazo caso isso seja realmente efetivado”, explica.

    Para o economista e CEO da Amero Consulting, Igor Lucena, a decisão, além de criar espaço para atrito entre os estados que não se sintam privilegiados, cortaria parcialmente a receita da União, o que no médio e longo prazo pode impactar negativamente no déficit federal.

    “Isso cria mais um peso sobre a razão dívida/PIB, principalmente levando em consideração que ainda não temos um horizonte claro quando sair dos déficits fiscais e entrar em superávits”, avalia.

    Do ponto de vista dos estados, também falta uma organização nas contas de alguns, mas que nunca farão isso caso tenham sempre como conseguir crédito com a União, pontua Gustavo Cruz, estrategista-chefe da RB Investimentos.

    “É uma situação bem ruim, porque aqueles estados não pagam suas dívidas, ficam esperando renegociar. O problema maior é a sinalização para os que estão organizados, passa uma ideia que não precisa equilibrar as contas públicas, porque a União vai aliviar”, explica.

    São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Rio Grande do Sul respondem por quase 90% da dívida de R$ 740 bilhões dos estados com a União. O alívio valeria daqui para a frente, sem nenhuma retroatividade.

    Há uma expectativa de que ocorra uma reunião entre o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) e os governadores, nesta terça, para discutir uma solução para as dívidas estaduais.