Dólar sobe 0,8% com sinal do Fed para retirar estímulos

O dólar comercial fechou a sessão em R$ 5,4, com alta de 0,87%. Esse movimento ainda é reflexo dos indícios que o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) apontou, em relatório divulgado nesta quarta, que os estímulos à economia começarão a ser retirados ainda em 2021.

Para a economista-chefe da Reag Investimentos, Simone Pasianotto, “a inflação nos Estados Unidos ainda está mais persistente do que o previsto, por isso a ata do Fed, ontem, fez esse alerta”. Pasianotto acredita que os estímulos devem começar a ser retirados em dezembro.

“O temor sobre a variante com a variante delta também traz muitas incertezas ao mercado externo, com uma nova quarentena e com portos no sudeste asiático praticamente parados”, analista a economista.

Para o sócio da Euroinvest, Cristiano Fernandes, “o mercado não esperava uma ata forte assim, então o dólar foi muito apreciado”.

Já no cenário interno, as questões políticas e fiscais se confundem,
reforçando a atmosfera de incertezas sobre os rumos da política econômica.

“Vivemos em um momento com a possível quebra do teto, e isso representa um risco, fazendo com que o dólar fique estacionado”, pontua Fernandes.

“A postura do Banco Central está mais agressiva, com o aumento da taxa de juros. Vamos ter de sacrificar, por exemplo, o setor imobiliário, com o
encarecimento das taxas de financiamento”, avalia Fernandes, que prevê um aumento de ao menos 1pp na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom).