O Plano Estratégico da Petrobras para o quinquênio 2024-2028 (PE 2024-28+), aprovado pelo Conselho de Administração da companhia na semana passada, prevê um investimento de US$ 11,5 bilhões (aproximadamente R$ 56,5 bilhões) para “projetos de baixo carbono”.
É o dobro do valor do planejamento anterior, mas corresponde a apenas 11% do investimento total, de R$ 102 bilhões (R$ 501 bilhões), destinados para o período. Em comunicado, a organização pontuou que o investimento em baixo carbono ganhará espaço gradualmente ao longo dos próximos anos, chegando a 16% em 2028.
Do total, US$ 2,9 bilhões (R$ 19,1 bilhões) serão destinados a iniciativas e projetos de descarbonização das operações, sendo que US$ 1,9 bilhões (R$ 14,2 bilhões) irão para mitigação de emissões (escopo 1 e 2) e US$ 1 bilhão (R$ 4,9 bilhões) para um fundo de descarbonização, segundo a empresa.
Além disso, US$ 7 bilhões (R$ 34,4 bilhões) serão investidos no desenvolvimento e amadurecimento de negócios no segmento de energias de baixo carbono, com destaque para biorrefino (diesel renovável e bioQAV), eólica e solar, e projetos de hidrogênio e captura, utilização e armazenamento de carbono (CCUS), e mais US$ 700 milhões (R$ 3,4 milhões) em pesquisa, desenvolvimento e inovação em baixo carbono.
“Vamos fazer a transição energética de forma gradual, responsável e crescente, investindo em novas energias e sem abrir mão, de uma hora para outra, da produção de petróleo ainda necessária para atender a demanda global de energia e financiar a transição energética”, disse Jean Paul Prates, presidente da Petrobras.
O executivo acrescentou que a empresa está voltando a investir em projetos de novas energias. “Vamos escolher projetos rentáveis, priorizando parcerias para redução de risco e compartilhamento de aprendizados. Com esta nova frente, queremos também desenvolver as vantagens competitivas regionais do Brasil.”
O ClimaInfo observa que, ao mesmo tempo que aumentou os investimentos em descarbonização no PN 24-28, a Petrobras prevê aplicar US$ 7,5 bilhões (R$ 36,8 bilhões) em exploração de novos reservatórios de combustíveis fósseis – US$ 3,1 bilhões (R$ 15,2 bilhões) para exploração na Margem Equatorial; US$ 3,1 bilhões para exploração nas Bacias do Sudeste; e US$ 1,3 bilhão (R$ 6,4 bilhões) para outros países.
“Ainda serão necessários investimentos em exploração e produção para que a demanda de energia seja atendida. Por isso, buscamos a reposição de reservas e o desenvolvimento de novas fronteiras exploratórias que assegurem o atendimento à demanda global de energia durante a transição energética com a menor pegada de carbono possível”, disse Jean Paul Prates.
Compromissos ambientais
A Petrobras também anunciou que, no PE 2024-28+, tem como prioridades reduzir a pegada de carbono e proteger o meio ambiente. Em relação ao primeiro compromisso, tem, dentre outros, a ambição de neutralizar as emissões (escopos 1 e 2) nas atividades sob seu controle até 2050 e influenciar parceiros a atingir a mesma ambição em ativos não operados, e diminuir as emissões absolutas operacionais totais em 30% até 2030 (54,8 MM ton/ano).
Em relação à proteção do meio ambiente, as medidas incluem redução de 40% da captação de água doce e 30% na geração de resíduos sólidos de processo até 2030, e destinação de 80% dos resíduos sólidos de processos para rotas de reuso, reciclagem e recuperação no mesmo período.