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Economia Energia

Governo emite alerta de emergência hídrica e prepara leilão extra para afastar risco de racionamento

Informe emergencial abrange a Bacia do Paraná e cinco estados. Região abriga as principais usinas hidrelétricas com capacidade de gerar energia o ano todo
Bacia hidrográfica do Paraná Foto: Reprodução
Bacia hidrográfica do Paraná Foto: Reprodução

RIO - O Sistema Nacional de Meteorologia (SNM) emitiu Alerta de Emergência Hídrica para o período de junho a setembro, na região da Bacia do Paraná, que abrange os Estados de Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso do Sul, São Paulo e Paraná, informou o Ministério da Agricultura nesta quinta-feira.

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A Bacia do Paraná abriga as usinas hidrelétricas com os principais reservatórios com capacidade de gerar energia ao longo do todo o ano.

Diante da seca histórica que aflige o país, o governo está preparando um leilão extra a ser realizado ainda neste ano para a contratação de termelétricas que hoje não fazem parte do sistema de fornecimento de energia do país.

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O objetivo é garantir o suprimento de eletricidade e afastar qualquer risco de racionamento no segundo semestre. A medida se soma a outras já adotadas este ano para garantir o suprimento, como o acionamento de todas as termelétricas disponíveis e a importação de energia da Argentina e do Uruguai.

Dados do ONS apontam que de setembro a abril foi o período em que menos entrou água das chuvas nas barragens em ao menos 90 anos, ou seja, foi a pior afluência nos reservatórios das regiões das hidrelétricas desde que isso começou a ser registrado, em 1931.

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Alerta hídrico

No alerta emitido na quinta-feira, o Ministério da Agricultura afirma que a previsão climática para o período de junho a agosto será "de pouco volume de chuva na maior parte da Bacia do Rio Paraná".

A nota lembra ainda que desde outubro de 2019, com exceção de alguns meses (dezembro de 2019, agosto de 2020 e janeiro de 2021) houve "predomínio de déficit de precipitação, principalmente a partir de fevereiro/2021".

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A Bacia do Paraná abriga as usinas com os principais reservatórios de regularização do sistema, ou seja, com capacidade de gerar energia ao longo do todo o ano. Nas usinas do Norte, por exemplo, os reservatórios funcionam apenas durante o período de chuvas.

Criado em maio, o SNM é coordenado pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (Censipam), com a participação da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) e o Centro Nacional de Monitoramento e Alerta de Desastres Naturais (Cemaden).