SÃO PAULO, RIO — Após a renúncia de José Fortunati, na manhã desta quarta-feira, o presidente do PTB de Porto Alegre, Everton Braz, declarou apoio ao candidato do MDB, Sebastião Melo, à prefeitura da cidade, em evento realizado no início desta tarde.
- Não estamos perdendo nada. Perdemos uma canditatura que Deus vai recompensar no momento certo, mas vamos vencer as eleições e faremos a maior bancada de vereadores da Câmara Municipal - afirmou Braz, que pediu aos correligionários que recebam Melo e seu vice com "toda energia positiva".
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- Estavamos em caminhos separados. Agora estamos juntos para chegar à vitória no primeiro turno e depois, no segundo turno - disse, referindo-se à candidatura de Melo.
Fortunati, que apareceu com 13% na pesquisa de intenção de voto divulgada pelo Ibope no último dia 29, estava tecnicamente empatado em segundo lugar com Melo, do MDB, e Marchezan Junior (PSDB). A candidata do PCdoB, Manuela D'Ávila liderava com 27%.
Numa live realizada na manhã desta quarta-feira, Fortunati anunciou a desistência da candidatura. O comunicado aconteceu dois dias depois de o Tribunal Regional Eleitoral (TRE-RS) ter indeferido a candidatura do vice da chapa, André Cecchini (Patriota).
Ao GLOBO, ele afirmou que a decisão do Tribunal Regional Eleitoral do Rio Grande do Sul foi política e contraria a legislação, que prevê que a decisão sobre candidaturas deve ser tomada e publicada pela Justiça Eleitoral até 20 dias antes das eleições.
-- Claramente a forma como acabou acontecendo tem componente político. O próprio relator afirmou que a decisão impactaria no resultado eleitoral em Porto Alegre. Quem disse isso foi ele, não fui eu - afirmou.
O TRE-RS excluiu da chapa o vice André Cecchini. Por unanimidade, os juízes entenderam que ele realizou a sua filiação partidária após o encerramento do prazo (4 de abril). O Ministério Público Eleitoral pediu impugnação da chapa encabeçada pelo PTB, o que foi aceito pela Justiça.
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Fortunati disse ainda que houve ainda má vontade da Justiça Eleitoral, que demorou a decidir, publicou a decisão no site do TRE-RS na noite de segunda-feira, mas só às 8h33m desta quarta-feira publicou o acórdão, instrumento necessário para que a chapa pudesse recorrer. Pela lei, o candidato a vice só pode ser trocado até 20 dias antes do pleito.
Apesar de ter ingressado com embargo de declação nesta manhã, solicitando o direito de indicar outro vice, Fortunati preferiu renunciar, por considerar, segundo ele, que a Justiça Eleitoral inviabilizou a troca do vice e a continuidade da candidatura.
- Quem perde é o estado democrático de direito. A Justiça Eleitoral existe para garantir que os eleitores vão às urnas da forma mais democratica e aberta possível - afirmou.
Fortunatti afirmou que, em primeira instância, a Justiça Eleitoral havia reconhecido a validade da chapa, e que causou surpresa a decisão do TRE.
- Como o acórdão só foi publicado nesta manhã, perdemos um dia de campanha, tivemos desgaste e houve esvaziamento. A Justiça Eleitoral contribuiu de forma explícita para esse esvaziamento.
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No vídeo que durou quase 20 minutos, Fortunati afirmou que permanecer na corrida pela prefeitura de Porto Alegre poderia trazer "insegurança jurídica". .
Chances no 2º turno
Nas simulações de 2º turno feita pelo Ibope, o candidato do PTB fazia frente à Manuela D'Ávila, que está disparada na liderança. Contra a candidata do PCdoB, Fortunati aparecia empatado tecnicamente com 40% das intenções de voto, enquanto Manuela tinha 41%.
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O Ibope também testou um cenário em que Fortunati aparece no 2º turno contra Marchezan e Melo. Na disputa com o candidato do PSDB o trabalhista ganharia a vaga de prefeito com 46% das intenções de voto, enquanto Marchezan garante 30% das indicações. Ao lado do candidato do MDB, Fortunati também aparece na frente com 42% e Melo com 34%.
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O instituto ouviu 805 eleitores de Porto Alegre, entre os dias 27 e 29 de outubro. A margem de erro é de três pontos percentuais para mais ou para menos, e o nível de confiança é de 95%. Isso quer dizer que há uma probabilidade de 95% de os resultados retratarem o atual momento eleitoral, considerando a margem de erro.