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O ritmo da opinião pública

Informações da coluna

Vera Magalhães

Jornalista especializada na cobertura de poder desde 1993. É âncora do "Roda Viva", na TV Cultura, e comentarista na CBN.

Pablo Ortellado

Professor de Gestão de Políticas Públicas na USP

Por Manoel Ventura — Brasília

Os trabalhadores mais escolarizados, com ensino superior, são aqueles que mais desejam flexibilidade no seu trabalho, revela a pesquisa Ipec/O GLOBO. Embora o desejo de ter mais liberdade para horário e locais de trabalho esteja disseminado entre os trabalhadores, isso é ainda maior para aqueles que têm um curso superior.

No total, 80% dos entrevistados gostariam de flexibilidade para trabalhar em casa ou em locais alternativos quando precisarem. Esse número cresce de acordo com a escolaridade do trabalhador. Enquanto 70% daqueles com ensino médio concordam com essa flexibilidade, o número sobe para 84% no caso dos trabalhadores com ensino superior.

Esse mesmo cenário se repete com o desejo por flexibilidade para escolher seu próprio horário de trabalho. No geral, 76% dos trabalhadores quem ter mais poder de escolha sobre seus horários. Esse número sobe para 81% no caso dos trabalhadores com ensino superior.

Grande parte dos brasileiros, porém, não quer abrir mão da segurança da carteira assinada, regida pelas regras da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). No total, 59% concordam que é preferível um trabalho com carteira assinada e direitos trabalhista como férias, 13º salário, seguro-desemprego e licença maternidade do que terem seu próprio negócio ou trabalharem por conta própria sem ter um chefe.

Desemprego: maior preocupação

Em uma economia que dá sinais de recuperação após um período de quedas abruptas, as relações de trabalho provocam inquietações nos brasileiros. Seja pela falta de oportunidades, o desejo de um vínculo mais forte, traduzido pela carteira assinada, ou a aspiração por flexibilidade em modelos e horários no pós-pandemia, o tema é o principal destaque de duas pesquisas inéditas realizadas pelo Ipec a pedido do GLOBO. A primeira delas, feita de maneira presencial em 128 cidades de todas as regiões, expõe que o desemprego é percebido como o maior problema do país — 43% elencam o item como um dos três desafios mais graves.

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