Mercados globais de GNL permanecerão apertados em 2023 em meio as restrições na oferta, diz IEA

Poliana Souto

Autor

Poliana Souto

Publicado

03/Out/2022 14:05 BRT

Os mercados globais de gás natural (GNL) devem permanecer apertados em 2023, à medida que a oferta de gás proveniente da Rússia diminui e a demanda por gás cai na Europa em respostas as medidas de economia de energia e preços altos, afirma novo relatório da Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês) divulgado nesta segunda-feira, 03 de outubro. 

Segundo o levantamento, as transações envolvendo GNL em todo o mundo devem cair para 0,8% este ano, resultado de uma contração recorde de 10% na Europa e da demanda estável na região da Ásia. A industrial europeia foi o setor mais afetado pela redução do consumo, alcançando uma queda de 15% devido à alta dos preços. 

Após os últimos vazamentos nos gasodutos Nord Stream 1 e 2, a agência prevê que caso Moscou concretize a ameaça de cortar o fornecimento da empresa de energia ucraniana Naftogaz, uma das últimas rotas de fornecimento de gás russo para a Europa, o velho continente deve enfrentar uma crise de energia exacerbada no momento em que começa a temporada de aquecimento no inverno. 

Para a entidade, será necessária uma “resiliência” do mercado de gás da União Europeia (UE) no caso de um encerramento completo do abastecimento russo a partir de 1° de novembro de 2022. O levantamento aponta que, sem reduções da procura e se o fornecimento de gasodutos russos for completamente cortado, o armazenamento de gás chegaria em 20% em fevereiro, assumindo um alto nível de fornecimento de GNL – e perto de 5% cheio, assumindo baixo fornecimento de GNL.

Uma redução na demanda de gás da UE durante o período de inverno de 9%, em relação ao nível médio dos últimos cinco anos, seria necessária para manter os níveis de armazenamento de gás acima de 25% no caso de menores fluxos de GNL. E uma redução na demanda de 13%, em relação à média de cinco anos seria necessária durante o período de inverno para sustentar os níveis de armazenamento acima de 33% no caso de baixas no escoamento de GNL. 

Para a IEA “medidas de economia de gás serão cruciais para minimizar as retiradas de armazenamento e manter os estoques em níveis adequados até o final da estação de aquecimento”.