Unigel prevê produção de 40 mil toneladas/ano de hidrogênio verde até 2025

Natália Bezutti

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Natália Bezutti

Publicado

26/Jul/2022 15:11 BRT

A Unigel realizou evento nesta terça-feira, 26 de julho, para anunciar o início da construção da primeira fábrica de hidrogênio verde do Brasil. Com investimento inicial de US$ 120 milhões, a planta será construída em duas fases, sendo a primeira, com capacidade de produção de 10 mil toneladas/ano de hidrogênio verde e de 60 mil toneladas/ano de amônia verde, até o final de 2023, e a segunda, prevista para entrar em operação até 2025, quando a Unigel prevê quadruplicar as produções.

Para a segunda fase do projeto, a Unigel afirma que poderá contar com um parceiro internacional, uma vez que várias empresas já demonstraram interesse. Quanto ao destino da produção, o objetivo é o fornecimento para clientes da companhia.

“[A produção] destinada a clientes do mercado brasileiro que encontrarão na Unigel um parceiro para suas jornadas referentes a uma economia livre de carbono”, disse o CEO da empresa, Roberto Noronha Santos.

A planta está localizada no Polo Industrial de Camaçari, na Bahia, e conta com a tecnologia para eletrólise de alta eficiência da thyssenkrupp. Para a primeira fase do projeto, a Unigel adquiriu três eletrolisadores thyssenkrupp, com potência total de 60 MW de energia. Na segunda fase, está prevista a aquisição de mais nove eletrolisadores.

A thyssenkrupp já possui 600 plantas instaladas com a tecnologia ao redor do mundo, o que totaliza mais de 10 GW de potência instalada. As plantas, conforme explicou Paulo Alvarenga, CEO da thyssenkrupp para a América do Sul, são projetadas de forma modularizada, dando flexibilidade para serem transportadas, instaladas e interconectadas.

Segundo Alvarenga, a fábrica da Unigel é um marco fundamental para que o hidrogênio verde no Brasil conquiste escala industrial, aprimore sua estrutura de custo e seja mais competitivo na comparação com as fontes fósseis.

“Temos urgência em avançar com a descarbonização da economia. Não há como atingir as metas do Acordo de Paris sem incluirmos o hidrogênio verde na matriz energética mundial, seja como como combustível, vetor energético, ou como matéria-prima para produção de outros combustíveis verdes de valor agregado”, disse Alvarenga.

Para a produção do hidrogênio e amônia verdes, a fábrica contará com o a geração de energia eólica. Segundo a Unigel, o fornecimento é um desdobramento  do contrato de longo prazo com a Casas dos Ventos em valor superior a R$ 1 bilhão. O contrato prevê o fornecimento de energia por 20 anos do Complexo Eólico Babilônia Sul (360 MW), em fase de implantação.