Coronavírus

Covid-19. Dexametasona é uma “excelente notícia”, mas OMS precisa de mais dados para recomendar o uso

Covid-19. Dexametasona é uma “excelente notícia”, mas OMS precisa de mais dados para recomendar o uso

A Organização Mundial da Saúde considera uma “excelente notícia” o uso do anti-inflamatório para casos mais graves de covid-19, mas alerta que o fármaco só deve ser administrado com supervisão médica e frisa que “não é uma prevenção contra o vírus”. A OMS diz precisar de mais dados sobre o medicamento para poder recomendar os países de forma adequada

Um grupo de investigadores da Universidade de Oxford concluiu que o uso do anti-inflamatório dexametasona pode ser eficaz no tratamento de infetados, em estado grave, com covid-19. A Orbre ganização Mundial da Saúde (OMS) considera que esta “é uma excelente notícia”, mas frisa que “não é uma prevenção contra o vírus” e que os dados soo efeito são ainda preliminares.

“Deve ser usado com supervisão médica e não se trata de um medicamento profilático”, frisou Michael Ryan, diretor do programa de Emergências Sanitárias da OMS. “Não é uma prevenção contra o vírus. É importante que seja usado exclusivamente em pacientes críticos”, acrescentou o responsável, esta quinta-feira, durante a conferência de imprensa de acompanhamento da covid-19.

Michael Ryan explica que este é um anti-inflamatório “muito poderoso, que pode ajudar pacientes com inflamações respiratórias graves e garantir o suprimento de oxigénio na corrente sanguínea”. O diretor de Emergências Sanitárias refere, no entanto, que “os dados são preliminares” sobre os efeitos no tratamento da doença.

“Precisamos de analisar todos os dados e publicá-los, para que todos possam ver os resultados e possamos recomendar os países de forma adequada”, salienta Michael Ryan, apelando a que “cada país não mude a sua abordagem terapêutica de forma muito rápida”, por ser necessário “treino, avaliação e garantir o suprimento do medicamento”.

Também o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde evidenciou que “a dexametasona mostrou um efeito benéfico nos pacientes em estado grave” e que pode levar a uma “redução da mortalidade para um quinto”. Tedros Adhanom Ghebreyesus disse ainda que a OMS espera, “nas próximas semanas ou meses, encontrar outros tratamentos que possam ajudar na avaliação clínica”.

E porque nem só de covid-19 se morre no mundo, o diretor-geral da OMS enalteceu que “para as comunidades mais vulneráveis este vírus é só mais uma ameaça” e que, por isso, “precisamos de continuar com tratamentos de rotina para a malária, tuberculose e HIV”.

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