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Carta ao Conselho

Gestora internacional alerta Petrobras contra volta ao passado de interferência

Uma grande gestora de ativos, Aberdeen Standard, que detém 67,3 milhões de ações da Petrobras, enviou carta ao presidente do Conselho de Administração da estatal afirmando que qualquer mudança no corpo de executivos da empresa “sem o devido e rigoroso processo serão tomadas como negativas”. E que isso pode colocar em risco “os esforços de reconstrução da credibilidade” não só da empresa como de “ativos brasileiros de maneira mais ampla”.

A carta é dirigida ao presidente do Conselho de Administração da Petrobras Eduardo Bacellar Leal Ferreira e é assinada por Devan Kaloo, diretor global de ações, e Eduardo Figueiredo, diretor brasileiro da gestora. A Aberdeen tem 0,5% do capital social da Petrobras.

A carta, datada de sábado, 20, parabeniza os avanços recentes, o aumento de produção de 2,4% e o plano de desinvestimento, pela gestão que priorizou a “saúde e segurança dos funcionários em paralelo a avanços na agenda de transparência e adequação a melhores práticas internacionais”.

Diz que compreende que a Petrobras tem interesses divergentes entre os seus stakeholders. “Contudo, apoiamos os executivos a garantirem que, acima de tudo, a paridade de preços de importação prevaleça na política de preços de combustível da companhia como princípio fundamental.”

Eles avisam que não será bom um retorno ao passado. “Éramos acionista da Petrobras quando a empresa era gerida de forma contrária a esse princípio; é nossa visão de que um retorno ao passado seria um revés na trajetória de reconstrução da credibilidade da companhia e melhora de governança observada nos últimos anos, colocando em risco não apenas a estratégia atual da companhia, mas também todos os esforços do país em atrair investimentos privados para o desenvolvimento da indústria de óleo e gás na sua cadeia de valor.”

Na carta eles dizem que as mudanças podem ser vistas como negativas. E lembra que as decisões sobre a nomeação ou substituição de executivos devem ser de exclusiva responsabilidade do conselho de administração e passando por “análise objetiva de qualificações".

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